Empreendedorismo social: a cultura como fator-chave e o Case Ashoka
Este trabalho tem como pressuposto analisar os principais conceitos de empreendedorismo social, levantar discussões a respeito do pouco número de empreendedores sociais existentes no Brasil e apresentar um case da rede Ashoka
Tem-se observado nas duas últimas décadas um crescente interesse global pelas questões referentes ao empreendedorismo. Desde Schumpeter, está clara a relação íntima entre empreendedorismo e crescimento econômico.
Fontenele (2010) ao citar Lambing & Kuehl (2007) traz Schumpeter como grande responsável pela associação da figura do empreendedor como principal promotor do desenvolvimento econômico devido, sobretudo, a sua grande capacidade de inovar, fazendo novas combinações dos recursos produtivos existentes. Através da "destruição criativa", prestava-se a substituir produtos e processos ultrapassados, renovando, assim, a própria sociedade. Desta forma, assumia um papel central no desenvolvimento da economia.
Se, por um lado, observa-se esta crescente urgência por parte de governo – empresa -academia em se manter o foco nas questões referentes ao empreendedorismo, por outro, observa-se também, a nível global, uma acentuação nas desigualdades sociais, sobretudo nos países em desenvolvimento. Avanços tecnológicos e científicos dividem a cena com o considerável aumento de concentração de renda e, consequentemente, aumento da pobreza e miséria, perdas de liberdade e direitos humanos. Há, portanto, um paradoxo, conforme afirma Oliveira (2004b)
Uma vez que os processos de exclusão social atingem níveis alarmantes em todo o planeta, chega-se a conclusão de que os governos são incapazes, por si sós, de enfrentarem eficientemente as grandes questões sociais. É neste contexto que, sobretudo a partir da década de 1990, destacam-se a atuação de diversas organizações que colocam em prática o conceito de empreendedorismo social.
Dentre os vários atores envolvidos neste tipo específico de empreendedorismo, as comunidades locais certamente são as mais interessadas na propagação dos empreendedores sociais, já que são considerados agentes de mudanças, capazes de gerar impactos significativos no ambiente, beneficiando uma grande quantidade de pessoas.
A problemática percebida neste ensaio gira em torno do pouco número de empreendedores sociais existentes no Brasil, haja vista o enorme diferencial que esses indivíduos proporcionam na vida das pessoas e da sociedade como um todo.
Decorre dessa percepção a formulação das seguintes questões:
1. Por que existe no Brasil uma carência de empreendedores do ramo social?
2. Quais as medidas seriam necessárias e por quem deveriam ser tomadas para aumentarmos o número desses indivíduos que tanto fazem a diferença em um país?
Partindo da premissa de que a cultura brasileira é muito criativa, mas pouco inovadora, sendo este um dos principais fatores que dificultam o empreendedorismo, este breve trabalho tem a pretensão de responder a estas questões. Propõe reflexões que sejam benéficas, uma vez que intenta despertar o interesse daqueles que enxergam no tema uma grande e real possibilidade de aprofundamento e crescimento.
Primeiramente, pretende-se elucidar alguns conceitos que por vezes se confundem, tornando-os claros e permitindo aos iniciantes que se avance de forma segura, eliminando-se possíveis confusões e dúvidas quanto a determinados termos. Em um segundo momento, levanta-se uma discussão a respeito das causas que levam a essas questões-problemas. Posteriormente, tenta-se apontar soluções reais para finalmente se indicar as limitações, bem como temas a serem aprofundados.
Por Felipe Fialho
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